quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

As colinas do “general” Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os dias até o final do mês serão esclarecedores sobre os problemas colocados diante dos planos, muito bem desenhados hoje por Bernardo de Mello Franco, em O Globo, de fazer da intervenção federal no Rio de Janeiro, ao dizer que o marqueteiro presidencial pretende, com ela, “deixar os escândalos de corrupção para trás e vender o presidente como um político corajoso.

Como se apontou ontem aqui, ao resolver dedicar o mandato à seu sonho de afirmação, Temer entregou os fatos mais importantes de sua eventual campanha – a economia e a forma da própria intervenção na segurança, inteiramente nas mãos do “mercado” e dos militares.

Cármen Lúcia corre o risco de desaparecer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O silêncio do Supremo Tribunal Federal sobre o habeas corpus impetrado pela defesa de Lula tornou-se um ponto de passagem da situação política - e já faz parte da lamentável história da construção de um regime de exceção sobre as cinzas da Constituição de 1988.

Pelo regulamento presidencialista do STF, a responsabilidade de pautar a decisão cabe a presidente da casa, a ministra Carmen Lúcia. Desde 9 de janeiro, quando Edson Facchin decidiu que o pedido deveria ir a votos no plenário do Supremo, a ministra mantém um silêncio preocupante sobre o destino do habeas corpus de Lula.

Venezuela é mais democrática que o Brasil

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

O doutor em Ciência Política e professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Igor Fuser é direto: “Se é pra falar em democracia, a Venezuela, com todos os seus problemas econômicos, que são terríveis, é um país bem mais democrático que o Brasil”. Analisando a situação atual do país vizinho, que denunciou recentemente um plano de ataque militar para derrubar o governo de Nicolás Maduro, além de sofrer com sanções econômicas e isolamento político, o professor avalia que não há qualquer preocupação externa com a democracia no país, mas sim o desejo dos Estados Unidos de controlar o patrimônio mais precioso dos venezuelanos, o petróleo, e liquidar com sua soberania.

Alckmin deixa Doria ser candidato. Será?

Por Renato Rovai, em seu blog:

Ontem o PSDB de São Paulo aprovou a antecipação das prévias para a escolha da candidatura ao governo do Estado. A mídia tradicional tratou o episódio como uma vitória de João Doria, prefeito da capital, e que estava ameaçando sair do partido se as prévias não fossem realizadas antes do prazo de desincompatibilização dos atuais detentores de cargo público.

O prefeito, se quiser ser candidato, terá de renunciar até o dia 2 de abril. Se as prévias fossem marcadas para depois e ele viesse a perdê-las, teria entregado o cargo para nada.

Do Exército, espera-se um milagre!

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Não se discute o estágio de descalabro a que chegou o poder público no Estado e na cidade do Rio de Janeiro – desgovernados e assaltados por administrações ineptas e corruptas. Muito menos está sob questão a violência urbana, um dos indicadores do caos social, mas que a ele não se cinge. Consabidamente, o Rio de Janeiro vem sendo de longa data governado/assaltado por uma súcia levada ao poder e chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral em sociedade com o então presidente da Assembleia Legislativa, ambos, aliás, atualmente trancafiados.

A mentira da Previdência revelada

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

A sequência cronológica é um tanto antiga. A confirmação do golpeachment remonta a 12 de maio de 2016, quando o Senado Federal votou pela primeira vez a favor do impedimento de Dilma Rousseff. Com isso, ela foi afastada provisoriamente do cargo para o qual havia sido eleita um ano e meio antes. A confirmação veio pouco tempo depois, em 31 de agosto, quando a segunda votação naquela Casa ofereceu a Michel Temer as condições para assumir de forma definitiva o comando do governo.

Intervenção no Rio e guerra contra os pobres

Por Aldo Fornazieri, no site Carta Maior:

Nestas alturas dos acontecimentos todos sabem que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro é injustificável e que se revestiu de um ato eminentemente político. Injustificável porque o Rio está longe de ser a cidade mais violenta do Brasil, ficando, inclusive, atrás de várias outras capitais. Injustificável, porque durante o Carnaval não houve o propalado surto de violência. Pelo contrário: dos 27 indicadores de violência, 16 caíram em relação ao Carnaval de 2017. O indicador de homicídios, por exemplo, caiu 14,81% e o de roubos teve uma queda de 9,85%. Até mesmo o conservador Estadão fez um duro editorial classificando a intervenção como injustificável em face da ausência de um fato objetivo plausível para aplicá-la. Enquanto isso, os tradicionais representantes da esquerda vacilante, somados à Marina Silva e a Miro Teixeira, a aprovam ou titubeiam na sua condenação.

Estado protege privilégios dos juízes

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Em uma conjuntura de acirramento do conflito distributivo, de implementação de políticas de austeridade fiscal e no exato momento em que a propaganda governamental pró-reforma da previdência procura denunciar os privilégios em abstrato dos servidores públicos, emergem detalhes sobre regalias de alto custo ao erário, instituídas no Poder Judiciário e no Ministério Público, além das existentes no Legislativo e no Executivo.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Foi do "angorá" a ideia da intervenção no RJ

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Quem deu ao presidente Michel Temer a ideia de botar fogo no circo para tentar a reeleição com seus índices indigentes de popularidade?

Sai a natimorta reforma da Previdência, a impopular obsessão do governo, e entra em seu lugar a intervenção militar no Rio, uma jogada de alto risco que ninguém sabe no que vai dar.

Este cavalo de pau na agenda presidencial só pode ter saído da cabeça de um gênio da estratégia. Quem seria o Golbery de Temer?

Tudo isso tem um nome: candidatura Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Michel Temer e sua turma não vão largar o poder assim facilmente, depois de tê-lo tomado com um golpe de mão parlamentar. Para isso, o que precisar ser feito eles farão, sem a menor hesitação. A intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro e a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública são medidas improvisadas, que não foram planejadas e não têm a menor chance de produzir o resultado prometido, a derrota do crime organizado no Rio e a contenção da violência no país. Não importa, não se trata de políticas públicas mas de fazer política com um objetivo central não declarado, a viabilização da candidatura de Temer à reeleição. Objetivos secundários também são atendidos, como a redução do desgaste com a não-votação da reforma previdenciária, derrotada de antemão.

Censura acentua ilegitimidade de Temer

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A censura ao vampiro neoliberalista no desfile das campeãs do carnaval representa novo flerte do golpe com o arbítrio. É uma medida que confirma, uma vez mais, uma possibilidade que não pode ser menosprezada, de evolução autoritária do regime de exceção – caso o judiciário atenda ao governo Temer e conceda ao exército o direito de cumprir mandados coletivos de prisão, busca e apreensão – dirigidos ao povo pobre nas favelas – a escalada arbitrária ganhará forte impulso.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

General ameaçou Tuiuti a mando de Temer

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Nos últimos dias, circularam boatos de que a escola de samba Paraíso do Tuiuti voltaria ao sambódromo carioca com novas críticas políticas para se apresentar no desfile das Campeãs, que começaria no fim da noite de sábado (17) e terminaria na madrugada de domingo (18). Porém, a escola voltou à avenida IRRECONHECÍVEL. Censurou a si mesma e foi censurada pela TV Brasil. O Blog da Cidadania foi investigar esse caso e obteve dados SURPREENDENTES.

Nota do MST sobre a intervenção no RJ

Do site do MST:

O MST recebeu com muita preocupação e condena a intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro, instituída pelo presidente golpista, Michel Temer.

A ilegitimidade de Temer e sua fraqueza politica poderiam nos fazer pressupor que se trata de uma ópera bufa. Trata-se, porém, de medida extremamente grave, autoritária e atentatória ao Estado democrático de direito. Novamente, como na ditadura militar, as elites jogam as Forças Armadas contra o povo brasileiro. Reativam o conceito de inimigo interno, ao mesmo tempo em que são totalmente subservientes aos grupos econômicos internacionais, que estão espoliando as nossas riquezas naturais e ameaçam a soberania nacional.

Colômbia, a paz ameaçada

Por Mariana Ghirello, no site Outras Palavras:

No início de janeiro foi anunciada a candidatura oficial à presidência de Rodrigo Londoño – Timochenko – do partido FARC (Fuerza Alternativa Revolucionária del Común), ensaiando os primeiros passos da antiga guerrilha na vida política institucional do país, após o Acordo de Paz assinado em 2016. Mas depois da passagem do candidato por duas cidades (Armênia e Cali), o partido decidiu suspender parte da ação de campanha eleitoral “até que existam as garantias necessárias”.

O último ato da campanha presidencial de Timochenko, em um sindicato na região metropolitana de Cali, no departamento do Valle del Cauca, terminou com feridos e prejuízos financeiros. Uma manifestação convocada pela internet e por candidatos de partidos conservadores resultou em uma chuva de tomates, batatas, ovos, mas também pedras, vidros, paus e bombas caseiras.

Contrato de trabalho X contrato de capital

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Ainda tenho nos programas de rádio uma importante fonte de conhecimento e diversão. Antes que me acusem de ser um confesso dinossauro, esclareço que gosto de mesclar os diversos saberes quando se trata de colher o conhecimento, não desprezando quaisquer dos meios de comunicação ou mesmo o uso dos sentidos. Aliás, miscigenar as diversas formas de informação é, certamente, o melhor jeito de relativizar o efeito destrutivo causado pelo volúvel, facilmente manipulável e fértil mundo virtual. Não sou daqueles que entendem que a verdade pode ser obtida através do “caminho único”.

O Rio sairá o mesmo depois da intervenção

Por Marcos Sacramento, no blog Diário do Centro do Mundo:

O anúncio da intervenção federal no Rio de Janeiro encheu o noticiário e as redes sociais de indagações a respeito das intenções de Temer. Há análises que veem um movimento no tabuleiro do jogo da reforma da Previdência.

Outras, exageradas, consideram o primeiro passo da jornada rumo à intervenção militar na Venezuela.

Entre hipóteses factíveis e fantasiosas, a única certeza é a inépcia presidencial para encarar o problema da violência urbana. Defeito, aliás, que não é exclusivo de Temer e sua gangue.

Depois do início da devassa, Huck desiste

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Quando a seleção tomou de 7 da Alemanha, Luciano Huck disse que o país passava pelo seu “11 de setembro”. Quando decidiu abandonar o sonho de ser presidente da República, um amigo disse que Huck estava triste “como quem interrompe uma gravidez”. Tudo parece ser grandioso na vida de Luciano. “Vou ali chorar um pouquinho e já volto”, disse para amigos. Depois de muito ensaio e indecisão, parece que o apresentador desistiu mesmo desse projeto pessoal amalucado que importantes setores da política e do empresariado tinham comprado.

RJ: a volta do governador biônico (e militar)

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A partir de 1966, quando se encerraram os mandatos dos governadores em exercício que não tinham sido depostos pelo golpe, a ditadura militar instituiu os cargos “biônicos”: prefeitos e governadores eram indicados indiretamente e empossados, sem eleição. Em 1977, quando o chamado Pacote de Abril institucionalizou os cargos biônicos no Senado (cada Estado teria direito a dois eleitos e um biônico), uma série de TV fazia sucesso: O Homem de Seis Milhões de Dólares, com Lee Majors no papel de um militar que tinha ganhado órgãos artificiais com superpoderes, o “biônicos”. Daí o apelido que os usurpadores ganharam.

Temer bota segurança no centro da eleição

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Michel Temer quer a reeleição, para defender o legado de seu governo, como tem dito por aí o ministro do Esporte, Leonardo Picciani. “Legado”, e isso ele não falou, são aqueles dois processos criminais do escândalo Friboi que só esperam o presidente largar a faixa para correrem na Justiça. Teria a intervenção federal decretada no Rio de Picciani algo a ver com os planos de Temer?

Para o deputado Celso Pansera, eleito pelo PMDB do Rio e hoje prestes a deixar o partido devido ao neoliberalismo de Temer, tem. “É uma tentativa do governo de demonstrar força”, diz. “A bandeira eleitoral da segurança pública irá para quem tiver protagonismo, e o governo vai ter.”

Temer e os marqueteiros da intervenção

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A cena da charge do João Montanaro, na Folha, hoje, certamente não é a do que planejam fazer os generais do Exército aos quais se deu a missão de intervir na Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Mas é, infelizmente, um retrato do que deles gostaria e pretende fazer o Presidente da República.

O relato não é de um blog esquerdista, mas de Andrea Sadi, no G1: