segunda-feira, 3 de julho de 2017

Mitos da austeridade: o caso de Portugal

Do site Brasil Debate:

“A austeridade foi um fracasso para Portugal, como também representou para todos os outros países em que se tentou esta mesma política.” Esta é a conclusão do prêmio Nobel em Economia Joseph Stiglitz, ao analisar o período em que Portugal aplicou ao “pé da letra” a cartilha da austeridade.

Para “salvar” a economia e as contas públicas, devastadas pela crise econômica mundial de 2008, o governo português recorreu ao empréstimo de 78 bilhões de Euros concedido pela troika[1]e implantou o seu pacote de ajustes de 2011 a 2014, executando medidas que diminuíram o gasto público, aumentaram a carga tributária, reformaram o mercado de trabalho, dificultaram o acesso ao crédito e ainda cortaram vários benefícios sociais e o número de seus beneficiários.

Hora de enfrentar Facebook e Google?

Por Rafael A. F. Zanatta, no site Outras Palavras:

Essa semana, Google e Facebook – dois dos maiores gigantes do capitalismo de vigilância contemporâneo – sofreram duros golpes em suas reputações corporativas, abrindo um debate mundial sobre a ética de suas ações e as vulnerabilidades de nossa dependência a esses monopólios da era digital.

Na terça-feira (27/06), a Comissão Europeia impôs uma multa de quase 9 bilhões de reais ao Google por “abuso de posição dominante como motor de busca” e “por dar vantagem ilegal a seu próprio serviço de compras comparativas”. Trata-se da maior punição antitruste a uma única empresa já realizada na Europa.

O saco de “bondades seletivas” do STF

Por Eugênio Aragão

Ao apagar das luzes do semestre judiciário assistimos o Supremo Tribunal Federal (STF) soltar o Sr. Rocha Loures e devolver o exercício do mandato a Aécio Neves. Dirão alguns que essas decisões foram monocráticas e não refletem a posição da corte em sua composição plena.

Bobagem. As decisões individuais tomadas pelos ministros vão para a conta do STF sim. É importante não cairmos na cilada de divisar entre ministros sérios e outros nem tanto. O STF é uma instituição que abriga, protege e blinda seus componentes de modo a torná-los intocáveis.

Não importa a suspeição escancarada de Gilmar Mendes, ele se arroga o direito de relatar os processos de seu amigo íntimo Aécio Neves e nenhum de seus pares dá um ai. Fala mal de colegas em entrevistas, reúne-se com réus, dá conselhos e consultoria a investigados e tudo fica por isso mesmo.

As cinco maldades da reforma trabalhista

Por Fania Rodrigues, no jornal Brasil de Fato:

Em meio à denúncias de corrupção envolvendo diretamente o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB), o governo tenta aprovar a reforma trabalhista, que retira direitos dos trabalhadores para favorecer grandes empresários. O projeto de lei que muda a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovado na quarta-feira (28), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), seguirá para a última etapa de votação, no plenário do Senado Federal. Veja o que muda na CLT e como isso afeta sua vida.

1. Grávidas e lactantes poderão trabalhar em lugares insalubres. Se aprovada, a reforma permitirá que mulheres grávidas ou que estão amamentando trabalhem em lugares insalubres de grau médio e mínimo. Só ficará proibido o grau máximo. Nos locais insalubres, as trabalhadoras terão contato com produtos químicos, agentes biológicos, radiação, exposição ao calor, ambiente hospitalar de risco, frio intenso e outros.


União Europeia multa Google por monopólio

Por Lucia Abellán, no site Carta Maior:

O gigante norte-americano Google recebeu nesta terça-feira a maior multa antimonopólio que a União Europeia já impôs. A Comissão Europeia fixou para a companhia uma sanção de 8,96 bilhões de reais (2,424 bilhões de euros) por fragilizar a concorrência no mercado das buscas pela Internet, segundo confirmou Bruxelas. O caso diz respeito especificamente ao serviço de comparação de preços, mas representa um corretivo à forma geral de operar do poderoso buscador que favorece, segundo Bruxelas, seus próprios serviços sem que os usuários tenham consciência do viés.

As aventuras golpistas da direita brasileira

Por Emir Sader. no site Vermelho:

O golpe de 2016 não é um ponto fora da curva na história da direita brasileira. A direita brasileira nunca foi democrática. Desde 1930, quando perdeu o controle do Estado, ela se jogou em muitas aventuras golpistas, tentando recuperar o governo, contra a maioria dos brasileiros.

O golpe de 1932 – que até hoje a direita chama de "revolução", quando era uma tentativa de contrarrevolução – foi uma aventura para retornar ao sistema político em que as oligarquias controlavam tudo e não cediam nenhum direito ao povo. Voltar à economia primário exportadora, que tinha levado o país à pior crise da sua história. Voltar ao império de governantes como Washington Luis, para quem "a questão social é questão de polícia". Tentaram o golpe em nome da "democracia", como sempre, mas seu objetivo era o mais retrógrado possível, a restauração do regime de maior exclusão social e o menos democrático possível.

PSDB pode afundar abraçado a Temer

Por Matheus Pichonelli, no site The Intercept-Brasil:

Na carta endereçada a Michel Temer em forma de artigo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que aprovou no muque (maldosos usarão outro termo) a emenda da própria reeleição e agora defende mandato presidencial de cinco anos, fez um apelo ao bom senso do peemedebista para encurtar sua estadia no Planalto. O gesto seria, nas palavras do grão-tucano, uma demonstração de “grandeza”. Uma gentileza, claro, veja bem, se não for muito incômodo, faltou dizer FHC.

O convite antes revela um desejo do que um mero conselho, dado de graça pela principal liderança tucana. Temer renunciando, PSDB e PMDB tratariam com outros termos a estratégia para aprofundar o abraço mútuo que não levasse ao afogamento. Aqui entram dois cálculos políticos. Um é relativo à sobrevivência a curto prazo. O outro é eleitoral.

domingo, 2 de julho de 2017

Doria, o “vagabundo”, está derretendo

Por Altamiro Borges

O “prefake” João Doria adora se fantasiar de “João trabalhador” e desqualificar os seus adversários políticos, rotulando-os de “vagabundos”, “preguiçosos”, “ladrões” e outros adjetivos. Mas, pelo jeito, a sua usina de factoides está se esgotando e a sua operação permanente e milionária de marketing já não convence nem os “midiotas” mais tacanhos. Na semana passada, o Instituto Ipsos divulgou uma pesquisa que atesta que a reprovação dos brasileiros ao prefeito de São Paulo saltou de 39% para 52% em apenas um mês. Até a mercenária revista ‘Veja’, que andou bajulando o ricaço, sentiu o baque e ficou preocupada.

Após vexame mundial, Temer cancela viagens

Por Altamiro Borges

Na viagem que fez à Rússia e à Noruega na semana retrasada, o usurpador Michel Temer virou motivo de galhofa no mundo. Ele cometeu várias gafes, foi recebido nos aeroportos pelo terceiro escalão destes governos e não mereceu qualquer destaque na imprensa mundial. Agora, temendo um novo vexame internacional e preocupado com o risco do seu afastamento do cargo, o Judas cancelou as viagens que já estavam agendadas. Ele desistiu de participar do encontro do G20, que ocorrerá nos dias 7 e 8 de julho na Alemanha, e decidiu não comparecer mais a almoço com a chanceler alemã Angela Merkel, em Berlim, e não se encontrar mais com o presidente colombiano Juan Manuel Santos, em Bogotá.

Loures, Aécio, Lava-Jato e os bobões

Por Renato Rovai, em seu blog:

Quando a Operação Lava Jato começou era compreensível ter dúvida acerca do seu papel e objetivos. Havia gente séria e intelectualmente respeitável que considerava que ela poderia ser republicana. Que o juiz Sérgio Moro seria alguém com propósitos acima dos interesses partidários. E que o Supremo Tribunal se comportaria com altivez.

Com o passar do tempo, boa parte desses foram vendo que havia nela uma clara intensão seletiva. E que o impeachment de Dilma e a criminalização de dirigentes e quadros importantes do PT, incluindo Lula, era o que o movia praticamente todos que estavam naquele barco do suposto combate à corrupção.

Racismo: Manual para os sem-noção

Por Djamila Ribeiro, na revista CartaCapital:

É muito comum, infelizmente, deturparem a luta feminista antirracista, reproduzir o senso comum e até ofensas. Por conta dessa situação, montei um pequeno manual didático. Esta é a primeira parte.

“Aceitar opiniões diferentes”

Prezado(a) branco(a), se você é palmeirense e acha que o Corinthians é pior, tudo bem, posso aceitar. Se você prefere carne cozida sem cenoura, o.k. Mas dizer que beleza é uma questão de opinião, não dá. O racismo está na base da construção do belo. Cansei de ouvir: “Nossa, você é uma negra bonita” (com ar de surpresa) ou “Você é a negra mais bonita que conheço”.

Pato da Fiesp morre queimado na Paulista

Imagem: Jornalistas Livres
Do blog Viomundo:

Durante a manifestação contra as reformas trabalhista e da Previdência nesta sexta-feira, 30, na avenida Paulista, o pato da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo foi sacrificado).

Um ato simbólico, para marcar o desaparecimento dos paneleiros.

Mas, o pato vive.

Vive nas próprias reformas, que motivaram o apoio da Fiesp ao golpe contra Dilma Rousseff.

Vive no cinismo do dono de galpão Paulo Skaf, que arrecadou, armou protestos e panfletou jornais pela derrubada de Dilma mas agora, diante de um presidente denunciado por corrupção, diz que não cabe à entidade se envolver em política.

Dallagnol vai colocar Aécio no powerpoint?

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se não fosse trágico, seria divertido ver tanta gente que ajudou a criar essa situação no Brasil de repente perceber a burrada que cometeu.

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, criticou a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, de determinar a volta de Aécio Neves (PSDB-MG) ao exercício do mandato e de negar o pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República contra ele.

Para Dallagnol, solto e no exercício de suas atividades parlamentares, Aécio poderá articular o fim da Lava Jato.

Os atos estranhos do ministro Fachin

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Nos últimos dias aconteceram vários episódios que, de certo modo, enfraquecem o Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot e dão algum alento à organização que tomou conta do Executivo. Mas não indicam, ainda, mudança radical na correlação de forças. Mesmo porque, ainda há um enorme acervo de malfeitos de Michel Temer e seu bando a serem revelados.

O STF (Supremo Tribunal Federal) continua sendo uma incógnita. Ainda não se sabe para que lado vai e o que motivou a mudança surpreendente de posição do Ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato.

Há algo de podre no ar, mas ainda não há clareza sobre tamanho e consistência.

O STF e a sentença de acordo com o freguês

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Duas colunas, as de André Singer, na Folha, e a de Merval Pereira, em O Globo, tratam da falta de uniformidade das decisões da Lava Jato e seus arredores, o caso JBS.

Singer, com toda a razão, compara os diferentes procedimentos do STF com Rodrigo Rocha Loures e Delcídio do Amaral, ambos pegos em crimes por gravações (o primeiro de vídeo; o segundo de áudio), pelo mesmo tribunal. Aliás, Loures solto por decisão de Edson Fachin, que sucedeu Teori Zavascki na função que o fez prender Delcídio:

Compare-se o tempo de estadia, no mesmo cubículo da Polícia Federal, destinado ao então líder do governo Dilma no Senado, Delcídio do Amaral, e, agora, ao assessor de Temer. Preso em novembro de 2015, Amaral ficou detido 85 dias e só saiu porque concordou em fazer delação premiada. A peça extorquida por meio do que hoje a família Loures chama de condições torturantes tinha como centro a afirmação de que Lula e Dilma conheciam o esquema de corrupção na Petrobras.

Gilmar Mendes aconselha o ladrão

Meta de inflação encobre fiasco na economia

Do blog de Renato Rabelo:

O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou a redução da meta de inflação de 4,5% para 4,25% em 2019 e para 4% em 2020. É a primeira vez em 14 anos que o centro da meta é reduzido. Para o economista Paulo Kliass, a decisão faz parte da retórica do governo, que tenta passar a imagem de eficiência e responsabilidade. “Querem desviar o debate do fracasso que está sendo a política econômica hoje para tentar vender o peixe de que, em 2019, a coisa estará controlada. Mas não há essa garantia”, diz. “Eles estão reduzindo inflação porque estão quebrando o país”, diz Kliass.

Acordo ''com STF e tudo" para salvar Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O primeiro semestre de 2017 termina com a mais forte ofensiva do "establishment’’ para deter a Operação Lava Jato, combinando a agressividade política do governo Temer com a ação legitimadora do STF. Tal ofensiva foi traduzida, entre outros fatos, por duas medidas fortes da semana passada. Depois de Temer golpear o PGR Rodrigo Janot com a apresentação antecipada de sua sucessora, o STF o blindou contra a delação que poderia lhe ser fatal de Rocha Loures, o homem da mala. Devolvendo o mandato de senador a Aécio Neves, o STF deu outra ajuda a Temer ao tirar o PSDB das cordas, contribuindo para a permanência do partido na base governista bandoleira. Nada que vem de Temer surpreende, mas a inflexão do Supremo decepciona aqueles que acreditaram na promessa de sua presidente Carmem Lucia, de que “o clamor por justiça não será ignorado” . O clamor que está sensibilizando o STF é o que vem dos que sempre mandaram no Brasil, contando com o colo morno da Justiça.

A "carreira elogiável" de Aécio Neves

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Brasil é o país onde a expressão “o melhor detergente é a luz do sol” não tem validade.

Chegamos a um ponto em que o descaramento virou regra e é tão banal quanto um picolé de limão.

Veja Michel e seus ladrões.

Veja Aécio Neves à vontade para pedir a Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, que um dos inquéritos abertos para investigá-lo a partir das delações da Odebrecht seja remetido para relatoria do amigo Gilmar Mendes.

Meirelles e o fracasso da política econômica

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A declaração do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que na quarta-feira (28) admitiu que o governo cogita a possibilidade de aumentar impostos, é uma capitulação e o reconhecimento de que a política econômica do governo Michel Temer (PMDB-SP) está cada vez mais longe da promessa inicial de que colocaria o país nos trilhos – largamente disseminada durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

"Se Meirelles está falando em aumentar impostos, admite que o ajuste fiscal dele foi um fracasso. Que a arrecadação caiu. Vivemos uma crise tremenda na economia. O desemprego é massivo. Isso está afetando profundamente os trabalhadores. A perda de arrecadação está nos dados, a economia está paralisada, no fundo do poço", diz Jorge Mattoso, presidente da Caixa Econômica Federal no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.