quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A democratização da mídia em debate

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Como parte da programação da Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que neste ano ocorre entre os dias 15 e 21 de outubro, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé preparou um ciclo de debates para discutir mídia e as graves crises política, econômica e social pelas quais passa o país.

Serão três noites de atividades, nos dias 16, 18 e 20 de outubro, sempre às 19 horas. Confira a programação e garanta a sua inscrição:

Brasil: A nação das oligarquias

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Em minha fala na mesa com o tema “Uma nação capaz de promover o desenvolvimento?”, no recém-realizado 14º Fórum de Economia, promovido pela FGV-SP, argumentei que, na história nacional brasileira, há uma forte e recorrente tendência estrutural de divórcio entre, por um lado, os sistemas político e econômico e, por outro, o sistema social, ou seja, de desencontro entre o senhor, o bloco Estado-economia, e o súdito, a sociedade. Essa separação coloca, de um lado, as oligarquias associadas ao grande capital, de outro, o povo, o demos. Devido a isso, em quase dois séculos de história do Brasil independente, nosso regime democrático, quando existe, é, frequentemente, mais refreado pela forma ruim do regime dos poucos, a oligarquia, que impulsionado no sentido da forma boa do regime dos muitos, para usar os termos da análise política de Aristóteles.

Militares não têm que dar opinião política

Por Vanessa Martina Silva, no jornal Brasil de Fato:

“Vemos militares dando opinião favorável às privatizações no Brasil. Isso é surpreendente”, diz o ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, respectivamente, em entrevista exclusiva para o Brasil de Fato.

Celso Amorim se refere às declarações recentes dadas pelo general Sérgio Westphalen Etchegoyen, ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que defendeu o processo de privatizações que vem sendo levado a cabo pelo presidente golpista, Michel Temer (PMDB).

Impactos nefastos da 'reforma' trabalhista

Por Marcelo P.F.Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Nos países que já realizaram suas experiências de liberalização do mercado de trabalho, esse processo tem produzido consequências diversas que merecem ser estudadas com atenção. É o caso, por exemplo, do crescente endividamento de curto prazo que se tem observado entre os trabalhadores precários nos Estado Unidos.

Depois de mais de três décadas de maciça destruição de postos de trabalho de melhor qualidade, uma grande parte dos trabalhadores estadunidenses que vive de pequenos bicos ou se rodizia entre variadas ocupações precárias acaba por se socorrer no sistema bancário, pendurando-se em dívidas de curtíssimo prazo e juros elevados.

A nova luta pelo socialismo

Por Renato Rabelo, em seu blog:

Introdução

As condições do desenvolvimento do socialismo no século XXI se caracterizam por uma nova luta pelo socialismo. Na realidade, o socialismo é uma exigência objetiva da história, e não porque subjetivamente o desejamos, ou seja, por uma questão da vontade humana. O socialismo é resultante de um processo objetivo das contradições essenciais do próprio capitalismo.

O socialismo nasce e dá os primeiros passos no século XX. A Comuna de Paris, ocorrida em 1871, durou apenas dois meses, circunscrita à capital francesa. Por isso, as experiências históricas de estruturação continuada de um sistema socialista alternativo ao capitalista começam somente no século XX. E quanto tempo durou a sua primeira experiência, a Revolução Soviética? Pouco mais de setenta anos. É um tempo exíguo para prevalecer como nova formação política, econômica e social na cena histórica. O capitalismo só prevaleceu sobre o feudalismo depois de um largo tempo na história.


A tentativa de condenar Gilberto Carvalho

Por Leonardo Boff, em seu blog:

No dia 19 de setembro o juiz Vallisney Oliveira da 10.Vara Federal de Brasília acatou a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-Presidente Lula e Gilberto Carvalho por ter pretendido ver indícios de corrupção passiva sob a alegação de que teriam recebido a propina de 6 milhões de reais ao PT para reeditar a Medida Provisória 471 de 2009 que estendia benefícios fiscais a montadores do setor automobilístico no Centro-Oeste e Nordeste.

Curiosamente esta Medida Provisória tem como autor o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso do ano de 1999, relatada na Câmara por José Carlos Aleluia (DEM) e no Senado por César Borges (PFL). Ela foi aprovada por todos os partidos. O sentido era descentralizar a produção de automóveis e criar grande número de empregos. Efetivamente entre 2002-2013 o número de postos de trabalho passou de 291.244 para 532.364.

Corrupção e a falta de debate sobre o Brasil

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A denúncia de corrupção (sistêmica, endêmica) tem sido uma constante da História republicana, bem mais presente que o debate sobre os destinos do país, e muitas vezes repercutindo na vida político-institucional.

Assim, a discussão sobre o ‘projeto Brasil’, sobre que país queremos, é secundarizada, os graves problemas estruturais, econômicos e sociais jogados para debaixo do tapete, ignoradas as questões estratégicas.

Por que as duas ordens de preocupações não são enfrentadas simultaneamente?

Venda da Eletrobras será um desastre

Do site Vermelho:

Seis comissões da Câmara ouviram, na tarde desta terça-feira (26), o ministro de Minas e Energia sobre a estatal Eletrobras e sobre a Reserva Nacional do Cobre (Renca), localizada entre Pará e Amapá. Pela manhã, Fernando Coelho Filho foi alvo de críticas de senadores ao defender a privatização do setor energético brasileiro em audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Infraestrutura (CI) do Senado.

Os dois temas têm provocado debates acalorados até mesmo dentro da bancada governista. O governo Michel Temer anunciou a intenção de vender a Eletrobras, que coordena todas as empresas do setor elétrico. Deputados questionam a ideia. Manifestantes fizeram protesto durante a discussão, salientando que energia não é mercadoria.

Advogado negro é alvo de ataques racistas

Por Victória Damasceno, na revista CartaCapital:

Perplexidade. Foi este o sentimento que tomou conta do advogado Marco Antonio André na segunda-feira, 24, quando se deparou com um cartaz com os dizeres “Negro, comunista, antifa e macumbeiro” em frente ao seu escritório de advocacia em Blumenau (SC). Um símbolo da Ku Klux Klan (KKK), seita racista norte-americana, acompanhava os dizeres e dirigia a palavra diretamente a ele.

Diante da descrença ao ver o cartaz, o advogado recorreu às redes sociais para divulgar o ataque. A ideia inicial, no entanto, era não dar nenhuma visibilidade a ação, mas ao ver que a discussão estava tomando rumos incertos, preferiu comentar o episódio. “Tenho encarado a situação com uma oportunidade de trazer este assunto à tona e poder agregar cada vez mais pessoas nesta discussão”, conta em entrevista à CartaCapital.

Lula puxa o tapete de Moro e do MP

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A grande aposta do juiz Sergio Moro e do Ministério Público para condenarem Lula no caso do apartamento contíguo àquele em que reside em São Bernardo do Campo era contar com que o ex-presidente não localizasse recibos de pagamento do aluguel desse imóvel, que, na verdade, teria sido dado a ele como propina.

No recente depoimento de Lula a Moro sobre esse processo, o juiz, invertendo o ônus da prova, exigiu que o ex-presidente apresentasse recibos de pagamento de aluguel daquele imóvel, sem o que ficou claro que ele seria condenado.

Dirceu e Palocci: martírio e colaboração

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Entre 2003 e 2005 eles foram os dois pilares fortes do governo Lula. Dirceu comandava a articulação política e a coordenação de governo, Palocci pilotava a economia. Apontados como possíveis sucessores, disputavam poder e influência mas colocavam “o projeto” acima de tudo. Os adversários miraram primeiro em Dirceu, que começou a cair em 2004, com o caso Waldomiro, e foi abatido no ano seguinte, com o mensalão. Em 2006, foi a vez de Palocci, seguidamente acusado de ter feito negócios ilícitos quando prefeito de Ribeirão Preto. Caiu em 2006 no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo.

A bandeira do referendo revogatório

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                   
Dias atrás o combativo senador Roberto Requião, em nome da Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, a qual preside, enviou carta aos investidores internacionais alertando-lhes sobre o risco que correm caso participem do leilão do patrimônio público brasileiro promovido pelo governo golpista.

Requião, fiel ao seu estilo desabrido e direto, disparou: “tudo que for vendido será recuperado pelos patriotas e pelo povo brasileiro.” Nas entrelinhas do comunicado do senador aos donos do dinheiro está a proposta de compromisso da esquerda e dos democratas com a convocação de um referendo revogatório para pôr abaixo todo o edifício antipopular, antinacional e lesa-pátria construído pelo governo ilegítimo.

Cura gay: os “cristãos” contra Cristo

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

O debate sobre a decisão judicial que dá margem legal para a estapafúrdia “cura gay” além de ter recebido as reações devidas nos últimos dias – reações que devem aumentar –, também dá lugar para que se possa ter uma visão mais complexa do que se esconde sobre esta lógica do absurdo. Absurdidade que, por se manter na longa duração da história da repressão dos desejos dissidentes e da objetivação do corpo, acaba por se apresentar para muitos como normalidade na história da nossa cultura. De fato, quando comparado com a história da sexualidade no Ocidente, este absurdo é a regra e não a exceção. Regras de uma suposta “normalidade”, datada desde quando o cristianismo como forma religiosa hegemônica e como tipo de consciência política dominante estabeleceu para nós a moralidade dos afetos tristes. Tristes, pois afetos que se regem não pela liberdade do agir, mas pela conduta proibitiva; não pela completude, porém pela interdição. Trata-se de uma submissão do desejo àqueles que não gozando – no caso católico está parcela que em tese não possui o gozo sexual é o clero – podem prescrever as regras do gozo permitido.