quinta-feira, 11 de maio de 2017

Lula a Moro: "Imprensa é o juiz do processo"

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Todos os holofotes do país se voltaram para Curitiba na quarta-feira (10), dia e local onde ocorreu o depoimento de cinco horas de duração do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro, sobre o famigerado caso do triplex no Guarujá. O espetáculo midiático promovido em torno do acontecimento, também responsável por turbinar a figura de Moro e alavancar a Operação Lava Jato, foi objeto de duras críticas de Lula, em especial durante suas considerações finais.

Reforma da Previdência: Você acha justo?

Melhores trechos do depoimento de Lula

Dr. Moro: a Globo 'patrocina' o senhor?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada, transcreve um trecho do depoimento de Lula e uma “gracinha” de Sérgio Moro:

Lula – Eu queria lhe avisar uma coisa, esses mesmos que me atacam hoje, se tiverem sinais de que eu serei absolvido, prepare-se, porque os ataques ao senhor vão ser muito mais fortes.

Moro – Infelizmente, eu já sou atacado bastante, inclusive por blogs que supostamente (sic) patrocinam o senhor.


Estou pensando em fazer uma notificação extrajudicial ao magistrado, para que esclareça em que sentido e a quais blogs ele se refere, para uma eventual interpelação na Justiça.

O dia em que Lula nocauteou a Rede Globo

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Durante toda esta quarta-feira, acompanhei a cobertura que a Rede Globo (e seu braço pago, a GloboNews) fez sobre o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro. Jornalistas e comentaristas animados, esfuziantes até, gargalhavam muitas vezes, fazendo os prognósticos sobre o depoimento. Mas toda essa euforia deu lugar à depressão. Sem tempo de editar os primeiros vídeos disponibilizados pela Justiça Federal – o que ocorreu por volta das 20 horas – e certa de que eles iriam terminar por afundar Lula e consagrar a Lava Jato e Sérgio Moro, a Globo arriscou e levou as imagens ao ar sem edição. Cometeu um grande erro. Lula nocauteou a Globo no 1º round.

O Brasil entre dois caminhos

Por João Sicsú, na revista CartaCapital:

Está em curso uma crise econômica mundial que teve início em 2007-8 nos Estados Unidos. Ficou mais nítida quando chegou de forma intensa à Europa em 2011-2012. Hoje, vivemos o seu prolongamento. Ainda estamos dentro da crise iniciada com a quebra do Lheman Brothers (e dos títulos americanos subprime) que se espalhou para a vida real, social e política mundial e que ainda não foi superada.

Desde o fundo do poço da crise, houve uma mudança no padrão mundial de taxas de crescimento. Segundo dados do Banco Mundial, o mundo crescia em média entre 4 e 5% ao ano no período entre 2004 e 2008. Em 2009, encolheu 2%. Hoje, cresce entre 2 e 3% ao ano.

Moro e a degradação do Estado de Direito

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Opositores de Lula e FHC tentaram iniciar processos de impeachments durante seus governos. Apresentando motivos estúpidos, não obtiveram sucesso em suas empreitadas. A sensação que muitos tinham, eu incluso, era que a democracia brasileira havia alcançado um estágio considerável de maturidade. Era praticamente um senso comum. O processo que desembocou no impeachment de Dilma provou que estávamos redondamente enganados. Uma maioria oposicionista formada no Congresso conseguiu, com suporte da grande imprensa, implementar uma política de desestabilização e isolamento do governo, ajudando a criar as condições materiais necessárias para transformar manobras fiscais em motivo razoável para derrubar uma presidenta eleita. Depois de sacramentado o golpe parlamentar, o novo presidente vem a público e admite por duas vezes! – que os motivos que levaram ao impeachment foram outros, e não um crime de responsabilidade.

O momento decisivo da Previdência

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A evolução da tramitação do Projeto da Reforma da Previdência (PEC 287/2016) no interior do Congresso Nacional tem apresentado momentos de avanços e de recuos desde que o Presidente Temer enviou a Mensagem 633 ao poder legislativo, em 5 de dezembro de 2016.

Há mais de cinco meses atrás, a avaliação política do governo era de que tudo seria um céu de brigadeiro para aprovar a medida. Afinal, a fina flor do financismo considerava a proposição como uma verdadeira “pièce de résistance” da equipe que se instalou no poder na sequência do golpeachment de Dilma. No entender dos formadores de opinião nos grandes meios de comunicação, não haveria obstáculo à vista.

O dia em que Lula não foi ao julgamento

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

25 de fevereiro de 1981.

Eram outros tempos, é claro, o Brasil submergia sob uma ditadura militar, o mundo ainda vivia a Guerra Fria.

Trabalhava na época como repórter na Folha e fui escalado na véspera para cobrir o julgamento de Lula e outros dez metalúrgicos na Auditoria Militar da rua Brigadeiro Luis Antonio, em São Paulo.

Os sindicalistas haviam sido enquadrados pela Justiça Militar na Lei de Segurança Nacional por "incitação à desobediência coletiva das leis" por conta da greve de 41 dias que haviam comandado, no ano anterior, de dentro da prisão do Dops, onde ficaram um mês.

Curitiba vermelha mostra que PT está vivo

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                        
Para os que desde o golpe contra a presidenta Dilma preconizam o fim do Partido dos Trabalhadores, o dia 10 de maio equivale a um balde de água gelada em pleno outono. Claro que a composição da impressionante multidão que invadiu Curitiba, vinda de todos os quadrantes do país, foi muito além da militância do PT. Até porque a mobilização transcendeu a solidariedade a Lula e se transformou em uma gigantesca manifestação pelo resgate da democracia no Brasil.

Marcaram presença também na manifestação militantes do PCdoB, do PCO e de inúmeros movimentos sociais sem vinculação partidária. Mas era inegável o amplo predomínio dos petistas, com suas camisetas, faixas e bonés com a estrela do partido. Que outro partido brasileiro seria capaz de deslocar dezenas de milhares de brasileiros e brasileiras de seus estados de origem em direção a uma das unidades da federação em nome da causa da justiça e da democracia ?

O segundo nascimento do mito Lula

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a desconstrução dos heróis midiáticos

Não há armadilha maior do que a ilusória sensação de poder que a mídia proporciona.

Como dona do palco, ela define o roteiro. Quando calha do personagem estar adequado ao roteiro, ela o alça ao Olimpo das celebridades. O que o sujeito fala, repercute. Em um primeiro momento, passa uma sensação única de onipotência. Os mais espertos, entendem o jogo. Os neófitos não se dão conta de que o espaço tem data de validade, não é coisa líquida e certa como um concurso público.

Lula, Curitiba e luta de classes

Curitiba, 10/5/17. Foto: Lula Marques/Agência PT
Por Gilberto Maringoni, em seu blog:

Fiz aqui no FB um comentário, dizendo que em Curitiba hoje se condensa a luta de classes no país. Muitos concordaram e outros tantos discordaram. Alguns, mais grosseiros, vieram com impropérios pesados. É direito de cada um.

É importante frisar o seguinte: a luta de classes não é determinada pelo que cada um de nós acha, mas pela consciência e mobilização popular.

Gostemos ou não, Lula tem 40% de popularidade e arrasta multidões. O ódio devotado a ele pela direita também não é determinado por um ou outro individualmente, aqui nesta bolha. Tirar o ex-presidente do páreo é vital não pelo que Lula – pessoa física – é ou pretende, mas pelo que ele representa para milhões de brasileiros e brasileiras que não querem perder seus direitos e que estão indo à luta. Ter Lula no páreo significa acirrar a disputa com a extrema-direita, como a mobilização à capital paranaense mostra.

Lula voltou maior de Curitiba

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A multidão que aguardou por quase dez horas pela aparição de Lula e Dilma no palanque da praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, na noite de quarta-feira, testemunhou um momento histórico da resistência dos brasileiros contra o golpe de maio-agosto de 2016.

A mobilização popular em busca da defesa de direitos ameaçados por Temer-Meirelles e pela restauração do Estado Democrático de Direito ainda parece longe do ponto de chegada mas realizou um avanço inegável, como uma caminhada em que se dobra uma esquina em direção ao ponto de chegada. Reunindo uma massa respeitável de mulheres e homens que se apertavam num dos pontos tradicionais da capital do Paraná, o ato sinalizou – justamente na sede da República de Curitiba -- para a ruptura do clima de consenso artificial construído em torno da Lava Jato e da perseguição a Lula, cenário indispensável para toda iniciativa de excluir da cena política o mais popular presidente de nossa história republicana.

Luta social não se extingue em tribunal

Por Celso Vicenzi, em seu blog:

Iludem-se aqueles que acreditam – aí incluídos todos que lideraram o golpe contra Dilma Roussef – que terão alcançado êxito ao suspender as atividades do Instituto Lula, ao cassar o registro do PT – como pretendem – e prender ou inviabilizar juridicamente a candidatura de Lula em 2018 ou, sabe-se lá, em que ano, pois não há garantias que teremos “eleições livres” no próximo ano.

Uma ideia justa e solidária não acaba com a morte, a prisão ou cassação de quem a defende. A história mundial está repleta de exemplos. Não adiantou prender Nelson Mandela por 27 anos ou assassinar Martin Luther King. Mahatma Gandhi derrotou o maior império do planeta vestido com um pano rústico branco e uma ideia poderosa de justiça e libertação, que foi acolhida por milhões de indianos.

Como usar a vitória de Lula em Curitiba