terça-feira, 4 de julho de 2017

Após Geddel, cadeia para Padilha e Moreira?

Por Altamiro Borges

Nos bastidores do covil golpista circula o boato de que o Judas Michel Temer está deprimido, cabisbaixo. A “primeira-dama recatada e do lar”, Marcela Temer, também anda abatida. O clima de desânimo é justificado. Afinal, o usurpador está vivendo seu inferno astral e corre o sério risco de ser defecado do poder. No final de semana, Michel Temer até festejou a libertação do seu assessor Rocha Loures, o “homem da mala”, e os privilégios concedidos ao comparsa Aécio Neves. Mas o alívio durou pouco tempo. Nesta segunda-feira (3), um dos seus principais amigos, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, foi preso. E o pior é que outros aliados fiéis podem se juntar ao “boca de jacaré” na cadeia. Moreira Franco e Eliseu Padilha estão na fila!

Segundo reportagem do Estadão nesta terça-feira, “com a prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, o Palácio do Planalto agora se preocupa com as possíveis investidas do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Investigados na Lava Jato, eles são os auxiliares mais próximos do presidente Michel Temer. A Procuradoria-Geral da República pode agora tentar acelerar as apurações contra os dois peemedebistas, na avaliação de assessores do Planalto”. Caso isto ocorra, a situação do Judas Michel Temer – também denunciado pela PGR – ficará ainda mais complicada.

"Boca de jacaré" obstrui as investigações

Como aponta uma notinha da Folha nesta mesma terça-feira, “a prisão de Geddel teve forte impacto no Congresso. Ganhou corpo a avaliação de que, por mais que lute, o governo não terá sossego e será mantido sob tensão permanente – e em curva ascendente. Com a base aliada cada vez mais encolhida e a oposição, por sua vez, inflamada, há entre líderes do Congresso a sensação de que a Comissão de Constituição e Justiça não conseguirá liquidar o debate sobre a denúncia contra o presidente em até cinco sessões, como manda o regimento”. A Folha ainda destaca que Geddel Vieira, com sua “boca de jacaré” segundo os delatores da Odebrecht, foi acusado de obstruir a Justiça – a mesma denúncia que pesa contra o seu amigo de mais de 30 anos.

“A prisão é preventiva, ou seja, sem prazo específico de duração, e foi determinada a pedido do Ministério Público e da Polícia Federal, para quem o ex-ministro de Michel Temer tentou atrapalhar as investigações. A Polícia Federal deflagrou em janeiro a operação Cui Bono? (‘A quem beneficia?’, em latim), que mirava Geddel e sua gestão na vice-presidência de pessoa jurídica na Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013... Para os investigadores, ‘os novos elementos deixam claro que Geddel Vieira continua agindo para obstruir a apuração dos crimes e ainda reforçam o perfil de alguém que reitera na prática criminosa’. A Justiça acatou também os pedidos de quebra de sigilos fiscal, postal, bancário e telemático do ex-ministro”, relata a Folha.

Um arsenal de delatores contra Michel Temer

A detenção do “boca de jacaré” e o cerco a Moreira Franco, o “gato angorá”, e a Eliseu Padilha, “o Primo”, ajuda a explicar o desânimo que toma conta do covil golpista. Como ironiza a revista Época, da traiçoeira famiglia Marinho, “a prisão de Geddel Vieira Lima pela Polícia Federal comprova a tendência de que é um perigo ser amigo, assessor próximo ou ex-assessor do presidente Michel Temer. Ele segue o destino de Eduardo Cunha, Henrique Alves, Rodrigo Rocha Loures e Tadeu Filippelli, todos presos acusados de corrupção, todos próximos de Temer. Eles sofrem com a cadeia, mas o mais prejudicado é o próprio presidente. A Lava-Jato tem, em suas mãos, um arsenal de potenciais delatores que conhecem bem o que Temer fez”.

“Além da possibilidade de delação, com a prisão a PGR aumenta a pressão política sobre o presidente. Temer e seus aliados trabalham para mobilizar ao menos 172 deputados para votar contra admitir a denúncia por corrupção passiva contra ele, posta por Rodrigo Janot. Não tem sido fácil, especialmente porque terão de fazer isso outras duas vezes, já que Janot decidiu apresentar três denúncias separadas, uma para cada crime. A prisão fragiliza um pouco mais a posição de Michel Temer para negociar na Câmara. Os deputados sabem quanto Geddel era próximo de Temer e o tamanho do estrago que ele pode fazer. Passarão os próximos dias calculando qual a chance de Temer ter um futuro para cumprir as promessas que deve fazer a eles em troca de votos. A Lava-Jato coloca obstáculos, deixa Temer vazio de aliados e cheio de apreensões”.

Judas está "abalado, preocupado e triste"

Diante de um cenário tão adverso, o clima de abatimento é plenamente justificado. Nesta segunda-feira (3), duas notinhas mostram a gravidade da crise no covil golpista. A primeira foi publicada por Mônica Bergamo, na Folha: “O presidente Michel Temer tem mostrado abatimento a ponto de preocupar seus amigos mais próximos. De acordo com um dos interlocutores mais frequentes do presidente, ele está ‘abalado, preocupado e triste’, sentindo-se numa ‘guerra sem trincheira nem guarita’. A família e inclusive a primeira-dama, Marcela Temer, também estariam no clima de baixo astral, piorando as coisas para o presidente”.

A segunda foi postada no site da revista Época: “As revelações de Joesley Batista sobre Michel Temer provocaram o quase sumiço da primeira-dama, Marcela Temer. Em um mês, ela compareceu a apenas um evento público, diferentemente do que costumava acontecer”. Eita vida dura! Dá até dó do golpista!

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