terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

De oposição ao jornalismo chapa branca

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Antes de Dilma Rousseff cair, há quase um ano, alguns colunistas da velha mídia adoravam apontar o dedo para os blogueiros de esquerda como “chapa branca”. Mas o que aconteceu com eles após a saída do PT do governo? Continuam combativos defensores da ética na política ou depende? Confira três casos emblemáticos.

O dublê de historiador e comentarista Marco Antonio Villa era um dos mais ferrenhos opositores ao prefeito Fernando Haddad, do PT. Foi só João Doria Jr. ganhar a eleição que Villa ficou mansinho. Até parece assessor do prefeito, divulgando todas as ações do CEO de São Paulo nas redes sociais.



Ricardo Noblat, que já foi um dos mais respeitados jornalistas brasileiros até se tornar um antilulista fanático, tem protagonizado cenas de vergonha alheia desde que Michel Temer protagonizou o golpe que arrancou Dilma do cargo. Aliás, antes mesmo de Temer assumir, Noblat já o chamava de “presidente”. Depois que assumiu, então, a bajulação ficou escancarada.

O blogueiro do jornal O Globo conseguiu a façanha de ser o mais chapa branca entre todos os chapas-brancas do Roda Viva com Temer, em novembro passado. Com o país mergulhado na crise, Noblat perguntou: “Como o senhor conheceu a dona Marcela?” A partir deste dia, o blogueiro assumiu sua face colunista social e tem se dedicado a elogiar a primeira-dama sempre que pode. E pasmem: continua atacando Dilma.


O que dizer de Reinaldo Azevedo (toc, toc, toc), que já foi chamado de “rottweiler” por conta dos seus ataques furibundos ao PT e a Lula? Com Temer no cargo, está sendo cobrado até pela própria direita por não assumir uma atitude de oposição ao governo. Muito pelo contrário: tanto em seu blog na Veja como na coluna que tem na Folha, o “tio Rei” tem se destacado por elogiar e aplaudir Temer desde o discurso de posse, no primeiro dia.

Como um assessor à paisana, o blogueiro da Veja também se empenha em fazer sugestões ao presidente, como aconteceu na indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo. Best friends forever. Ácido crítico de Haddad, como Villa, “tio Rei” também se tornou puxa-saco de primeira hora de Doria.


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