terça-feira, 8 de novembro de 2016

As farras de Temer: sambão e voos da FAB

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Com maioria esmagadora na Câmara Federal e no Senado, apoio das elites empresariais e forte blindagem da mídia chapa-branca, o golpista Michel Temer está abusando da inteligência do povo brasileiro. Ao mesmo tempo em que baixa uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que congela por 20 anos os gastos públicos em saúde e educação e que prepara ataques às leis trabalhistas e aos aposentados, o Judas torra os recursos dos contribuintes com ações ilegais e custosas. Em apenas cinco meses de gestão, os ministros do covil golpista já realizaram 238 voos pessoais em aeronaves da FAB. Agora, vem à torna que o governo ilegítimo gastou quase R$ 600 mil em uma festança no Palácio do Planalto. Será que os “coxinhas”, que apoiaram o “golpe dos corruptos”, vão bater panelas nas suas varandas gourmets?

Nos tribunais, a lei da selva capitalista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Tribunal por tribunal, o Judiciário brasileiro vai adotando, como regra, a lei da selva.

Ou, em carioquês, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Depois de diversas decisões anti-trabalhistas, o Supremo Tribunal Federal está às vésperas de liberar a terceirização indiscriminada (ou quase) do trabalho.

O que significa, num pequeno resumo extraído do manifesto da Associação dos Juízes pela Democracia (ainda os há): 24,7% a menos de salário e três horas a mais de trabalho por semana, além de rotatividade 50% maior e frequente calote nos direitos trabalhistas. Além de responderem, os terceirizados, por 80% dos acidentes de trabalho e percentual idêntico dos apanhados em situação análoga à escravidão.

Nos EUA, eleição à beira do abismo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quem encontrou uma lamentável semelhança entre a escandalosa intervenção do FBI na eleição norte-americana, colocando uma suspeita indevida sobre a candidatura de Hillary Clinton, e o papel de protagonista que a Lava Jato tem desempenhado na vida política brasileira, inclusive nas eleições de 2014 e 2016, não deve surpreender-se. Já em 1995, num livro elogiado pelo New York Times e pelo New York Review of Books, veneráveis publicações do mundo cultural norte-americano, o escritor Michael Lind avançou uma profecia na obra "The Next American Nation." Examinando os perigos que seriam enfrentados pelos EUA nas décadas seguintes, Lind afirmou:

Trama articulada ou mera coincidência?

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Nos últimos dez dias, três importantes decisões do Supremo Tribunal Federal - que sequer estavam pautadas ou aguardavam julgamento há vários anos - acarretaram graves derrotas à classe trabalhadora, numa movimentação que se combina com a ofensiva do governo golpista.

A rapidez dessa escalada é impressionante. No dia 14 de outubro, o ministro Gilmar Mendes, através de uma medida cautelar, suspendeu a Súmula 277 do Tribunal Superior do Trabalho. Até então, as cláusulas de um acordo coletivo ficavam incorporadas ao contrato individual de trabalho até um novo acordo ou convenção coletiva. Isso é chamado de ultratividade. Sem isso, quando termina o prazo do acordo coletivo, os trabalhadores ficam desamparados, perdem seus direitos anteriormente conquistados e são chantageados pelo patrão para rebaixarem suas conquistas em troca daquilo que já tinham assegurado antes. Não havia nenhuma polêmica jurídica a respeito desta súmula. Porém, acabar com a "ultratividade" é um pressuposto fundamental para aprovar o projeto do "negociado acima do legislado", um dos principais ataques aos direitos dos trabalhadores, que deverá ser votado pelo Congresso Nacional nos próximos meses.

Eleições nos EUA: às favas a isenção

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

A 11 dias da eleição presidencial dos Estados Unidos, quando nada mais parecia capaz de afetar as tendências já consolidadas, o diretor do FBI, James Comey, entendeu de comunicar a reabertura da investigação sobre os e-mails irregulares de Hillary Clinton.

A candidata, como se sabe, foi alvo de inquérito de março a junho por usar um e-mail pessoal para tratar de assuntos da Secretaria de Estado, quando ocupou o cargo. Os e-mails não deletados, dela e de seus assessores, foram submetidos aos investigadores.

Lava-Jato e os milicianos do Judiciário

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

A consciência democrática brasileira deveria expressar seu desejo manifesto de que a Lava Jato chegasse ao bom termo, dentro da lei, punindo quem tem que ser punido, sem nenhum viés partidário e ideológico e sem mover ações persecutórias contra quem quer que seja. Se assim se conduzisse à Lava Jato prestaria um grande serviço ao Brasil, combatendo a impunidade e a corrupção, que sempre foi o grande mal das repúblicas de todos os tempos e é um dos maiores males das democracias hodiernas. A corrupção articula algumas variáveis que lhes são inerentes: desigualdade social, concentração de renda e riqueza, ineficiência pública, desorganização da economia, privilégios dos agentes superiores do setor público, direitos precários dos cidadãos mais pobres e grave déficit de cidadania das pessoas. Essas variáveis são caldo de cultura, modus vivendi, da corrupção.

Pedro Parente, FHC e o mercado financeiro

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Quando assumiu a Presidência da Petrobrás, a primeira declaração de Pedro Parente ao mercado foi de que não haveria indicações políticas na empresa. A mídia inteira festejou sua nomeação, tratando-o como um gestor da área técnica, a despeito de sua indicação ter sido feita pelo PSDB, mais precisamente, por interferência de Fernando Henrique Cardoso, com quem tem relações de longa data.

Como se sabe, Pedro Parente participou ativamente do governo tucano nos dois mandatos de FHC, nos anos 90, onde foi secretário executivo no Ministério da Fazenda, titular em quatro outros ministérios – Orçamento e Gestão, Casa Civil, Planejamento e Minas e Energia -, além de ter coordenado a Câmara de Gestão de Energia Elétrica, quando ficou conhecido como o “ministro do apagão”. Também ocupou por quatro anos o Conselho de Administração da Petrobrás, chegando a presidi-lo, em 2002.

Golpe e os (des)caminhos da integração

Por Danielle Michelle de Moura Araújo e José Renato Vieira Martins, no site Carta Maior:

Quais podem ser os desdobramentos do golpe parlamentar no Brasil para a integração regional da América do Sul? Como a nova direita que está chegando ao poder em vários países da região pretende levar adiante uma reaproximação com os Estados Unidos?

Não há respostas conclusivas para estas questões, mas certamente elas interpelam a todos que se ocupam, nas universidades, nos movimentos sociais e nos partidos partidos políticos, com a reflexão sobre a teoria e a prática dos processos de integração regional.

A nova vitória de Daniel Ortega na Nicarágua

Por Max Altman, no site Opera Mundi:

A oligarquia e a oposição nicaraguense, respaldada pela grande imprensa local e internacional, alardearam aos quatro ventos que a abstenção seria de 70 a 80% a significar a rejeição da população ao regime sandinista. Mas o povo acorreu em massa às urnas, numa proporção de 68,2%, um recorde histórico num país em que o voto é facultativo. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos o comparecimento raramente chega a 50%.

Garantiram também que o pleito estaria cheio de irregularidades, de fraude, de voto forçado, de intimidação de eleitores. Nada disso aconteceu. As eleições foram limpas, justas, transparentes e tranquilas. Não se tem notícia de qualquer incidente.

A meritocracia do vereador do MBL

Por Joselicio Junior, no site dos Jornalistas Livres:

A ideia de uma sociedade livre, onde cada indivíduo a partir do seu próprio esforço deve construir a sua trajetória, é bastante sedutora. Afinal, somos todos humanos e capazes, portanto, podemos chegar onde quisermos e senão atingir os objetivos estabelecidos, a culpa é única e exclusivamente sua. O Estado, estruturado por 3 poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, deve ter leis rígidas e claras: todos cidadãos devem ser tratados igualmente perante a lei.

Esses são alguns parâmetros do conceito do Liberalismo, que forma o discurso eloquente do mais novo vereador eleito pela cidade de São Paulo, Fernando Holiday, que já anunciou em suas redes sociais que suas primeiras medidas serão o combate ao vitimismo, fim das cotas raciais em concursos públicos e a revogação do dia da Consciência Negra.