sábado, 27 de agosto de 2016

Moro achou a mulher do Cunha. Milagre!

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada, 25, finalmente o "justiceiro" Sérgio Moro encontrou Cláudia Cruz, a mulher do correntista suíço Eduardo Cunha. Segundo matéria do Jornal do Brasil, "o juiz aceitou pedido da defesa da mulher do ex-presidente da Câmara para que fosse devolvido o passaporte dela que estava com a Justiça" por decisão do Ministério Público Federal que temia a sua fuga para o exterior. Mas, sempre tão rigoroso, "Moro determinou que possíveis viagens realizadas por ela sejam previamente informadas oficialmente". Só mesmo os "midiotas" para acreditarem na imparcialidade do novo ícone da TV Globo e de seus artistas amestrados - como Susana Vieira e outras celebridades golpistas.

O golpe desmoraliza o Brasil

Por Marcelo Zero

A corajosa e competente senadora Gleisi Hoffmann causou comoção e polêmica ao dizer, no plenário do Senado, que metade daquela Casa não tinha moral para julgar a presidenta honesta. Houve até embate com o presidente Renan Calheiros, que, numa tentativa pouco racional de defender a instituição, chamou o Senado de “hospício”.

Evidentemente, a Senadora Gleisi não fez uma crítica pessoal a ninguém. Ela fez uma crítica, inteiramente pertinente, ao processo do impeachment sem crime. Afinal, não há fraude com moral. Não há golpe ético.

Quando o jornalismo vai à guerra

Por John Pilger, no site Outras Palavras:

Um homem acusado do pior dos crimes – um suposto genocídio de repercussão global – foi julgado inocente, mas o fato não virou manchete. Nem a BBC, nem a CNN cobriram. The Guardian permitiu um breve comentário. O fato foi enterrado ou suprimido, compreensivelmente. Ele deixaria muito claro como os senhores do mundo governam.

O Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia (ICTY, na sigla em inglês) absolveu o falecido presidente sérvio, Slobodan Milosevic, dos crimes de guerra cometidos durante a guerra com a Bósnia (1992-95), incluindo o massacre de Srebrenica.

Festival de Cinema de Gramado: 'Fora Temer'

Da Rede Brasil Atual:

Por volta das 21h desta sexta-feira (26), enquanto em Brasília, o plenário do Senado estava às moscas na sessão de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a cerca de 2 mil quilômetros de distância, uma plateia com centenas de pessoas inconformadas com a conjuntura política brasileira mandou um claro recado na abertura do 44ª Festival de Cinema de Gramado: 'Fora, Temer golpista'.

Aguardando a exibição do filme Aquarius, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, eles protestavam contra as medidas do presidente interino, que, em poucos mais de 100 dias, já concretizou um ataque brutal à cultura e aos direitos individuais. Porém, foi a proibição do filme para menores, nesta semana, que revoltou a classe artística, levando a diversos desdobramentos que culminaram no protesto desta sexta-feira na presença do ministro interino da Cultura, Marcelo Calero, e o secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini.

O futuro da Globo depois do golpe

Por Bajonas Teixeira de Brito Junior, no blog Cafezinho:

Pois é. A Globo se tornou grande demais. Já era a segunda maior rede comercial do mundo e o segundo maior complexo televisivo da América Latina, agora passa a ser também a maior força política do país. A emissora, como ninguém ignora, tem sido apontada como agente decisivo dentro do consórcio do golpe.

O problema é que um princípio que rege a história brasileira, e do qual exemplos não faltam, reza que “quanto maior o homem, maior o tombo”. São tantos os casos, e não só de homens mas também de empresas, de instituições e partidos, que vale analisar o assunto com atenção.

Os sujos e os mal-lavados

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Festa acabada, músicos a pé, diz conhecido provérbio português. Vencida a quinzena olímpica e amortecido por horas o complexo de vira-lata, o país, mal refeito da ressaca cívica, se reencontra com seu drama cotidiano: a degradação da política, magnificando todos os nossos problemas, expondo nossas misérias sob lente de aumento.

E não sem razão – mais uma ironia da história? – seu epicentro se encontra em Brasília e se instala no Senado Federal onde ínclitos pais-da-pátria como Cristovam Buarque e Romero Jucá (antigos colegas de Luiz Estevão, Demóstenes Torres e Delcídio do Amaral) se aprestam a consagrar o defenestramento da presidente Dilma Rousseff, que, dentre muitas incompatibilidades com o trato parlamentar, tem a de ser, ou haver sido, pouco indulgente com as vaidades e os pleitos grandes e pequenos e quase sempre pouco republicanos de nossos Brutus.

Barbosa desmonta senadores golpistas

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Por Laís Gouveia, no site Vermelho:

Com pelo menos 16 senadores inscritos, após um intervalo de cerca de uma hora para o almoço, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que conduz os trabalhos no julgamento do processo do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, retomou, por volta das 14h20, a oitiva do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, arrolado como testemunha de defesa.

Durante o decorrer do julgamento, Barbosa foi questionado inúmeras vezes pelos senadores que apoiam o golpe de Estado. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) tentou desconstruir os dados apresentados pelo ex-ministro da fazenda, Nelson Barbosa. “Não dá para justificar o injustificável”, disse Nunes, a respeito dos dados apresentados por Barbosa na Casa.

O golpe e a cobertura repulsiva da Globonews

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

É repulsiva a cobertura da Globonews sobre o julgamento final do Senado sobre o golpe.

Não sou masoquista. Não vejo a Globonews porque não aprendo nada sobre jornalismo e desaprendo sobre caráter.

Mas fiquei algum tempo ali por razões excepcionais: o julgamento.

Ouviu alguma coisa estranha? Sou eu vomitando.

Indiciamento de Lula e o pós-impeachment

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O delegado Marcio Anselmo – que ficou conhecido nacionalmente depois que a repórter Júlia Dualilibi mostrou no Estadão, já em 2014, fazia propaganda pró-Aécio – indiciou o ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa, de forma absolutamente original.

Lula é indiciado por ter recebido da OAS obras num apartamento que não é seu nem de qualquer pessoa que, em seu nome, o tenha recebido e ocultando patrimônio para ele.

O Brasil entre o Napoleão e a Urna

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O golpe parlamentar desautorizou 54 milhões e quinhentos mil votos e privou a democracia de seu fundamental argumento: a vontade soberana do povo - 62% desejam novas eleições.

Esse desacerto reduz a nação a um trem que busca seus trilhos no ar.

A corrosão das referências institucionais contaminou o sistema judiciário, que digladia internamente como uma extensão togada da luta política aberta na sociedade.

Pode haver simbologia melhor, mas o nome disso é insegurança institucional.

Mobilização total neste 29 de agosto

Por Joanne Mota, no site da CTB:

“O #ForaTemer é mais que uma palavra de ordem, é uma questão de sobrevivência”, afirmou o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, ao confirmar mobilização total para o ato, em Brasília, nesta segunda-feira (29), quando a presidenta Dilma Rousseff fará pessoalmente sua defesa no Senado Federal contra o processo ilegítimo de impeachment.

Está previsto grande caminhada até o Senado que contará com a participação dos movimentos sociais, da CTB e CUT, além da Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo.

O impeachment e o futuro em xeque

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

É difícil imaginar o futuro da democracia no Brasil. Após o que aconteceu nos últimos anos, uma coisa é certa: a reconstrução de um sistema político aberto e pluralista será um processo longo, sujeito a complicações e retrocessos.

O maior desafio será convencer os desfavorecidos de que o caminho eleitoral é efetivamente capaz de atender às suas necessidades e preferências. A derrubada do governo Dilma Rousseff e a consequente retomada do poder pelas oligarquias pode sugerir a muitos que a solução pelo voto é ilusória. O fim da “mágica brasileira”, que fez com que tantos acreditassem que era possível solucionar sem traumas e rapidamente nossos problemas de desigualdade e injustiça, cobrará um preço elevado.