domingo, 28 de fevereiro de 2016

A Odebrecht e o aniversário da Folha

Por Altamiro Borges

O jornal Folha de S.Paulo segue com as comemorações do seus 95 anos de existência. A edição deste domingo (28) circulou com 424 páginas - o que deve servir "para embrulhar peixes", como o próprio chefão Octávio Frias de Oliveira, falecido em 2007, gostava de se referir ao destino dos diários no dia seguinte ao da sua impressão. O único motivo de alegria é que "o produto que celebra os 95 anos da Folha bateu recorde de anunciantes", comemorou a ambiciosa famiglia Frias.

Para o diretor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, o volume de páginas "mostra a força do projeto do jornal, que segue os princípios de pluralidade, apartidarismo e crítica". Haja arrogância e cinismo! Como dizia Honoré de Balzac, "quem se jacta muitos dos seus feitos é porque poucos feitos tem para se jactar". Mas nem tudo foi festa na Barão de Limeira. O patrocínio da Odebrecht ao seminário comemorativo do aniversário acabou gerando constrangimentos. Leitores e até a ombudsman do jornal questionaram o apoio financeiro da empreiteira denunciada na midiática Operação Lava-Jato. 

Gerdau vira alvo. E o Instituto Millenium?

Por Altamiro Borges

O Instituto Millenium, o antro neoliberal que reúne industriais, banqueiros e barões da mídia, deve estar de luto. Nesta quinta-feira (25), a Operação Zelotes, que apura fraudes fiscais bilionárias no sul do país, deflagrou uma nova etapa que tem como alvo o Grupo Gerdau – o maior financiador das suas conspirações golpistas. Se as investigações forem realmente sérias e imparciais – o que é de se duvidar em função dos descaminhos desta e de outras operações do Ministério Público e da Polícia Federal contaminadas pela obsessão antipetista –, é possível que o Instituto Millenium perca esta importante fonte de recursos e até seja acusado de utilizar dinheiro sujo da sonegação fiscal.


Globo quer censurar conteúdos de blogs

Do site Vermelho:

O Grupo Globo resolveu interpelar na Justiça sites e blogs, após a sequência de notícias e publicações sobre o triplex em Paraty, da família de Roberto Marinho, que controla as Organizações Globo, e a grande repercussão que tomaram as declarações da ex-funcionária da TV, Mirian Dutra, sobre a sua relação com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o suposto acordo fechado com BNDES e a Globo para abafar o caso.

Sergio Moro e os anjos da política

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

O Ministério Público Federal alcançou recentemente a meta de 1,5 milhão de adesões e poderá enviar ao Congresso o projeto de lei de iniciativa popular com dez medidas para combater a corrupção na política brasileira e capaz de, talvez até mesmo, acabar com esse crime imorredouro em todos os cantos do mundo.

Não há boa intenção nesse combate aos crimes contra os cofres públicos, como sugere a Operação Lava Jato. A bandeira de extremado moralismo autoritário, no entanto, só ilude os cidadãos incautos, porque, neste caso, a Justiça está a serviço da política partidária.

O discurso de Lula na festa do PT

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Lula demorou mais de dez anos para reagir a uma mídia que tenta freneticamente destruí-lo.

Seu discurso ontem nos 36 anos do PT foi talvez o mais beligerante desde que ele ascendeu ao poder, cheio de dedos e de concessões para evitar que a plutocracia fizesse com ele o que fizera com Getúlio e Jango.

Não existe um grande partido de oposição, afirmou. Existe o partido da Globo, o partido da Veja, o partido dos jornais, todos unidos numa missão: dar um golpe.

As mudanças na Abril e na Veja

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A substituição de Eurípides Alcântara por André Petry, na direção da revista Veja, vem com dez anos de atraso. Na época, André era o único colunista que não adotara o estilo virulento implantado por Roberto Civita na revista. Suas colunas denotavam bom senso, sensibilidade para temas delicados, uma boa mescla de indignação com as injustiças e contra a corrupção.

Uma das maneiras encontradas para torpedeá-lo foi valer-se de uma colunista on-line da própria revista para ataques sobre ele. Comentava-se na época que a estratégia foi articulada pelo então redator-chefe Mário Sabino.

FHC usou o BNDES para salvar a Globo

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Nas entrevistas que deu até agora à revista espanhola Brazil com Z, à Folha e ao Diário do Centro do Mundo, a jornalista Mirian Dutra sustentou:

1. que deixou o Brasil de livre e espontânea vontade, depois de, segunda ela, ouvir do então senador Fernando Henrique Cardoso que poderia ter o filho de qualquer um, menos dele;

2. que quando tentou voltar ao Brasil, antes da reeleição de FHC ao Planalto (que aconteceu em 1998) foi aconselhada por Antonio Carlos Magalhães num almoço a não fazê-lo. Presente ao encontro, um funcionário da Globo - que Mirian não identificou;

A caça aos direitos fundamentais

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O combate à corrupção, em todos os níveis nos quais se manifeste, deve ser levado a cabo com a exemplar punição de seus agentes, onde quer que se acastelem, independentemente da cor do colarinho. Esta obviedade não é objeto de questionamento nem mesmo pelos defensores dos acusados mais notórios.

A ação apuradora-punitiva, porém, salta dos trilhos de seus objetivos éticos e constitucionais quando instrumentaliza perversa e impatriótica campanha midiática voltada para a desmoralização da política, sem a qual – é preciso dizer mil vezes e mil vezes repetir para quem não sofreu os idos da última ditadura – a democracia não sobrevive.

A 'desinformação organizada' de Sergio Moro

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

Até o telespectador e a telespectadora mais desinformados da “TV Globo” sabem que há algo errado na condução da “Operação Lava Jato” pelo juiz Sérgio Moro. Essa percepção pode ser detectada nas recentes pesquisas da Confederação Nacional do Transporte (CNT/MDA) e do Datafolha, que apontam queda de crédito em alguns indicadores usados incessantemente pela mídia para atacar o governo da presidenta Dilma Rousseff (como rejeição à presidenta e confiança na economia). O que os brasileiros (e estrangeiros) não sabem é a extensão da manipulação.

As bases sociais da nova direita

Por Raúl Zibechi, no site da Adital:

Uma nova direita está emergindo no mundo e também na América Latina, região onde ela apresenta perfis próprios e uma nova e inédita base social. Para combater essa nova direita é necessário conhecê-la, evitar as avaliações simplistas e entender suas diferenças com relação às velhas direitas.

Mauricio Macri, [o atual presidente argentino], é bem diferente de Carlos Menem, [que governou entre 1989 e 99]. Este introduziu o neoliberalismo, mas era filho da velha classe política, a ponto de respeitar algumas normas legais e tempos institucionais. Macri é filho do modelo neoliberal e comporta-se segundo o modelo extrativista, fazendo da espoliação seu argumento principal. Não lhe altera o pulso passar por cima dos valores da democracia e dos procedimentos que a caracterizam.

Lula detona o "partido chamado Globo"

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Da revista Fórum:

Em seu discurso no evento que celebrou os 36 anos do Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro na noite deste sábado (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o tratamento recebido pela mídia e disse que, se julgar necessário, será candidato à presidência em 2018.

“Eles pensam que vão me tirar da luta. Se quiserem me derrubar, vão ter que me enfrentar na rua. (…) Podem estar certos de uma coisa, se for necessário eu estarei com 72 anos, com tesão de 30, para ser candidato”, disse.