domingo, 22 de março de 2015

Verissimo e as lembranças do golpe

Por Altamiro Borges

No momento em que brasileiros saem às ruas para rosnar pela volta dos militares ao poder e para exigir o impeachment da presidente Dilma – trazendo à tona o ódio de classe incubado pela mídia golpista durante doze anos –, nada como ler mais uma lúcida crônica de Luis Fernando Verissimo, publicada neste domingo (22) em vários jornais. O texto deveria ser recomendado nas escolas para os estudantes que não conhecem a história e que são guiados, como massa de manobra, por organizações fascistas e entidades ligadas às elites – nativas e alienígenas. Reproduzo o imperdível artigo abaixo:

O suicídio político de Marta Suplicy

Por Altamiro Borges

Na festa dos seus 70 anos de idade, na sexta-feira (20), a senadora Marta Suplicy aproveitou para se reunir com a “sua nova turma da política” – como estampou no título o jornal Estadão. De fato, a ex-petista mudou de lado e anunciou a sua filiação ao PSB, do vice-governador Marcio França – o mais tucano da pragmática sigla “socialista”. Não é para menos que ela tem sido tão paparicada pela mídia – a mesma que a satanizou durante sua gestão da prefeitura de São Paulo e ajudou a criar o estigma de “Martaxa”. A festança de aniversário, porém, não deve render maiores frutos. Na sua ambição pessoal, Marta Suplicy caminha para se tornar mais um instrumento da direita e tende ao suicídio político.

Passou da hora de baixar a bola

Por Marcelo Zero, no site Brasil Debate:

As eleições terminaram no dia 26 de outubro do ano passado, mas o paroxismo político continua, como se viu no dia 15. Parte da oposição resolveu apostar na ingovernabilidade. Nos bastidores, estimulam os pedidos insanos de impeachment.

Trata-se, é claro, de uma aposta política de alto risco. Não apenas para o governo. É uma aposta de alto risco também para a oposição e, sobretudo, para o País e sua democracia.

Até Diogo Mainardi questiona a 'Veja'

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Diogo Mainardi prestou longos serviços à família Civita. Usava a coluna na revista para acusar, todas as semanas, Lula e o PT – de tudo. Acusava sem provas, e sem talento literário nenhum.

Deu azar. O PT ganhou 4 eleições, enquanto Mainardi espumava de raiva, de forma constrangedora.

Mas quando Roberto Civita (dono da Abril) morreu, Mainardi foi chutado feito um cachorro sarnento.

O (mau) cheiro do fascismo

Por Sérgio Barroso, no site Vermelho:

O formidável, corajoso e impactante artigo do jornalista britânico John Pilger, “Por que a ascensão do fascismo é de novo a questão” [1] reforça as contribuições mais recentes de intelectuais e militantes marxistas que passaram a alertar sobre a ascensão de correntes e partidos neofascistas. Ademais de pouco assinalada transmutação do termo fascismo e seus signos.

A marcha golpista e o fantasma da UDN

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

A reação conservadora e golpista mostrou a cara nas manifestações de rua no domingo 15 de março. Os números foram inflacionados, como, por exemplo, em São Paulo. De qualquer forma, o contingente de pessoas foi grande e espalhou-se por diversas capitais do País e algumas poucas cidades do interior.

A liberdade na internet está ameaçada

Por Manuel Castells, no site Outras Palavras:

Noventa e sete por cento da informação do planeta está digitalizada. E a maior parte dessa informação nós é que produzimos, por meio da internet e redes de comunicação sem fio. Ao nos comunicar, transformamos boa parte de nossas vidas em registro digital. E portanto comunicável e acessível via interconexão de arquivos de redes. Com uma identificação individual que se conecta com nossos cartões de crédito, nosso cartão de saúde, nossa conta bancária, nosso histórico pessoal e profissional (incluindo domicílio), nossos computadores (cada um com seu número de código), nosso correio eletrônico (requerido por bancos e empresas de internet), nossa carteira de motorista, o número do registro do carro, as viagens que fazemos, nossos hábitos de consumo (detectados pelas compras com cartão ou pela internet), nossos hábitos de música e leitura, nossa presença nas redes sociais (tais como Facebook, Instagram, YouTube, Flickr ou Twitter e tantos outros), nossas buscas no Google ou Yahoo e um amplo etcetera digital. E tudo isso referido a uma pessoa: você, por exemplo. Supõe-se sem dúvida que as identidades individuais estejam legalmente protegidas e que os dados de cada um sejam privados. Até que deixem de ser. E essas exceções, que na verdade são a regra, referem-se ao relacionamento com as duas instituições centrais em nossa sociedade: o Estado e o Capital.

Aécio e as contas secretas da Suíça

Por Patricia Faermann, no Jornal GGN:

Com um dos maiores e mais importantes bancos de dados secretos em mãos, os jornais O Globo e Fernando Rodrigues não fazem o jornalismo de dados, com o cruzamento completo das informações. Ao analisar os arquivos disponibilizados nas reportagens, é possível constatar que, além do que divulgaram os jornalistas, de o PSDB ter sido o maior beneficiado dos doadores para campanhas eleitorais com contas secretas no HSBC, o senador Aécio Neves foi também o candidato à presidência que mais recebeu. Esta última informação foi omitida dos jornais.

As alternativas para o governo Dilma

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Mais além das manifestações da direita e suas aberrantes e exóticas expressões propagandísticas, há um projeto de restauração conservadora no Brasil que começa a se articular de maneira mais ordenada. Participam dele a mídia tradicional privada, o Congresso, o Judiciário, os partidos de oposição, entre outras forças conservadoras hoje no Brasil.

O machismo é a regra na publicidade

Por Andrea Dip, na Agência Pública:

“Não existem muitos casos de propagandas machistas no Brasil porque a publicidade brasileira é madura para perceber que a pior coisa que pode fazer é irritar o consumidor, seja ele mulher, homem ou criança. De qualquer forma, nós não temos uma declaração oficial a respeito desse assunto”. Essa foi a resposta da assessoria de imprensa do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), por telefone, à pergunta da Pública referente a algumas peças publicitárias lançadas no Carnaval e no Dia Internacional da Mulher, rechaçadas nas redes sociais por serem consideradas machistas – algumas inclusive retiradas de circulação.

Imprensa cria uma legião de 'midiotas'

Por Rennan Martins, no Blog dos Desenvolvimentistas:

As manifestações de domingo (15) arregimentaram milhares de indignados. Com a camisa da corruptíssima CBF, estes cidadãos se juntaram para provar a enorme capacidade de mobilização da narrativa hegemônica, e com suas palavras de ordem, reforçar o status quo.

A Globo News fez cobertura cinematográfica dos eventos enquanto seus diversos comentaristas assumiam a condição de porta-vozes da “festa cívica” cobrando atitudes do governo. Por volta das 15:00 anunciaram 240.000 pessoas na Avenida Paulista. Antes das 15:30 já eram 480.000 e faltando alguns minutos para as 16:00 a marca alcançou sensacionais 1 milhão. Além da enorme diferença de projeção em relação a Folha, que calculou 210.000 revoltados, a Globo ainda precisa explicar como 750.000 pessoas desafiaram a física chegando ao mesmo tempo nas redondezas do evento.

Mídia tenta controlar o 'Suiçalão'

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Conforme havíamos previsto, a nossa mídia está fazendo de tudo para manter controle narrativo sobre o escândalo do Suiçalão.

Só que vai ser difícil.

Ainda queremos esclarecer as coincidências de datas entre as aberturas e fechamentos de contas secretas de barões de mídia no HSBC suíço, com fatos econômicos importantes, como o confisco da poupança, de Collor, e depois a mega desvalorização do real, no início de 1999.

Querem jogar o PT na ilegalidade

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Está claro : nas sombras da Operação Lava Jato, o grande objetivo a ser alcançado por delegados da PF, procuradores do MP, o juiz Moro, a oposição partidária ao governo federal e o cartel da mídia é a criminalização do PT. Sonham com a cassação do registro do partido, colocando-o na ilegalidade, repetindo o que fizeram com o PCB, em 1947.